Thursday, July 28, 2011

Guerra fiscal quase elimina 1.300 empregos diretos na Eluma

Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão, diretor financeiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá
A Eluma decidiu investir R$ 72 milhões na construção de duas novas fábricas, que aos poucos substituirão as atuais fábricas. Foi o suficiente para que vários estados brasileiros abrissem a famosa guerra fiscal para tentar oferecer vantagens fiscais, salários baixos e terrenos de graça para tirar a fábrica de Santo André.
Felizmente, vários fatores se combinaram e conseguimos manter a Eluma em Santo André. Além dos 1.300 empregos diretos, ficarão aqui, também, os empregos indiretos dos trabalhadores que são contratados pelos fornecedores da Eluma, que deve superar mais de mil postos de trabalho. Sem deixar de contabilizar os impostos que uma empresa deste porte gera para o município e para o Estado de São Paulo.
Um dos fatores que ajudaram a manter a Eluma em Santo André foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou inconstitucional a guerra fiscal entre estados. O STF julgou no início deste mês 14 ações contra leis estaduais que concediam reduções e isenções fiscais a empresas e setores econômicos sem que houvesse convênios para esse fim entre todos os estados. E por unanimidade considerou inconstitucional leis de seis estados: Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Pará.
Outra iniciativa determinante foi a mobilização da sociedade civil, do nosso sindicato e do governo do Estado de São Paulo, através da Investe São Paulo.
A Investe São Paulo – Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, foi criada pelo governo do Estado de São Paulo, em 2009, e se transformou na porta de entrada das empresas que pretendem se instalar no Estado e também estimula a expansão de empreendimentos que já estão em São Paulo.
A atuação do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá foi também decisiva para ajudar a costurar os acordos que manterão a Eluma, com suas duas novas fábricas na cidade.
Para nós, qualquer empresa na região faz parte do nosso tecido social e ao mesmo tempo que gera empregos e riquezas para Santo André ou Mauá, também tem a contrapartida de poder contar com nosso apoio cidadão. Uma empresa é muito mais do que uma máquina de gerar lucros. É, principalmente, uma organização econômica e social, que ajuda a comunidade a melhorar seus desempenhos sócio-econômicos.
Com a lição do STF de ter julgado, por unanimidade, a guerra fiscal entre os Estados e com a pronta ação da Investe São Paulo com o apoio direto e permanente da diretoria do nosso Sindicato, conseguimos manter a Eluma em Santo André.
Para nós trabalhadores e cidadãos de Santo André fica a certeza de que a mobilização permanente legitimam as alianças quando necessárias com o governo do Estado quando se tem como objetivo manter empregos e empresas que, com a ajuda de seus trabalhadores, gerem riquezas para nossa cidade.

Thursday, July 14, 2011

Dersa trata 70 famílias do Jardim Oratório como lixo humano

Este é o primeiro texto que publico no meu blog e infelizmente começo com uma notícia que nos entristece. A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA) simplesmente esqueceu 70 famílias desamparadas, desabrigadas e passando tremendas dificuldades no Jardim Oratório.
Depois de passar um tempão sem dar muita satisfação aos moradores de Mauá, a Dersa iniciou a remoção das 1.897 casas, que darão espaço ao prolongamento da avenida Jacu Pêssego.
O bairro em que várias famílias construíram suas vidas e seus relacionamentos sociais e afetivos será simplesmente varrido do mapa. Faz parte do progresso. Mas ninguém esperava que a Dersa agisse com incompetência e deixasse para traz, sem eira nem beira, 70 famílias.
O pessoal está vivendo em um bairro destruído. Com casas parcialmente derrubadas. Sem água. Sem esgoto. Sem nenhum tipo de infra-estrutura urbana.
Os moradores nos procuraram porque não conseguem saber a quem recorrer. A Dersa, irresponsavelmente, tira o corpo fora. A prefeitura local não toma providências. E os moradores, cidadãos como você e eu, trabalhadores e pagadores de impostos são o exemplo vivo do abandono e da inoperância de uma empresa que deveria ser o exemplo de eficiência.
Daqui a pouco vão começar os discursos políticos. E vamos fazer questão de não deixar cair no esquecimento o sofrimento que a Dersa está impôs às 70 famílias. Gente como a gente, mas aos olhos dos administradores da Dersa não passam de lixo humano.
 
Adilson Torres Sapão, secretário administrativo e financeiro do Sindicato dos Metalúrgico de Santo André e Mauá